ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: AO013

Oral (Tema Livre)


AO013

Efeitos da dança na magnitude do reflexo vestíbulo-cervical

Autores:
OLIVEIRA-BARRETO, A.C.1,2,3, FEITOSA, A.B.L.1, ALMEIDA, G.F.4, OLIVEIRA, P.F.1, ANDRADE, M.M.G.B.4, CARVALHO, B.D.4, MENEZES, P.L.4, PEREIRA, L.D.2
1 UFS - Universidade Federal de Sergipe, 2 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo, 3 CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológic, 4 UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: Durante a prática da dança, o reflexo vestibulocervical é deflagrado pela necessidade de posicionamento constante da cabeça em diferentes orientações em relação à gravidade, o qual provoca deslocamento compensatório do segmento cefálico em sentido oposto ao da rotação do corpo, mantendo a cabeça estável. Como este reflexo é registrado por meio do potencial evocado miogênico vestibular (cVEMP) e importante para a estabilização postural, o conhecimento a respeito dos efeitos da dança sobre a magnitude deste podem contribuir não só no âmbito da neurociência básica, mas também poderão afetar fortemente as práticas em neuroreabilitação. Objetivo: Verificar a influência dos movimentos praticados na dança no sistema vestibular e, especificamente, comparar a magnitude das respostas da via vestibulocervical em dançarinos com sujeitos que não praticam a dança. Metodologia: A amostra foi composta por 61 sujeitos, faixa etária entre 18 e 35 anos, sendo 31 sujeitos bailarinos (G1) e 30 controle (G2), pareados por gênero, idade e anos de escolaridade. Deveriam ser incluídos, no estudo, apenas sujeitos destros e sensibilidade auditiva normal, sem histórico de alterações auditivas e/ou vestibulares e sem alterações de processamento auditivo (central). Especificamente, cada grupo, foi constituído com base em: G1- Ter, pelo menos, três anos de prática da dança (ballet) profissional; G2- Não ser profissional da musica e da dança caracterizados por autodeclaração segundo a exposição frequente ou eventual a música. Realizou-se registro do cVEMP, a qual foi realizada por meio de eletrodos de superfície, em que o eletrodo ativo foi colocado na metade superior do músculo esternocleidomastóideo, ipsilateral à estimulação; o eletrodo de referência, sobre a borda superior do esterno ipsilateral, e o eletrodo terra na linha média frontal. Foram promediados 100 estímulos tone-bursts em 500 Hz, taxa 5 Hz, intensidade 95 dB NAn, filtro passa banda de 5 a 2.200 Hz. Os dados foram processados pelo o software SPSS 17.0 e utilizados o teste T Student ou o Teste de Mann-Whitney. Os valores foram considerados significativos para p ≤ 0,05 e o valor de alfa admitido foi de 0,1. Resultados: A amostra foi composta por 61 sujeitos, sendo 31 bailarinos, sendo 15 homens (48,4%) e 16 mulheres (51,6%) e 30 sujeitos controle, apresentando 15 sujeitos por gênero. Utilizando-se o teste T Student, não foi observada diferença de idade, entre os gêneros, para os bailarinos (p=0,76) e para o controle (p=0,10). Os valores médios de idade foram semelhantes entre os bailarinos (22,48 ± 4,8) e controle (22,5±3,20), com valor de p ≤ 0,001. Para os grupos estudados (bailarinos e controle), não houve diferença significativa, entre as orelhas direita e esquerda (p ≤ 0,05). O cVEMP apresentou ondas mais precoces e com maiores amplitudes quando registrado no grupo de bailarinos, em comparação aos sujeitos controle. Verificou-se diferença significativa entre os grupos para todos os parâmetros, exceto latência de p13 e inter-latência p13-n23, p menor 0,005. Conclusão: Observaram-se maiores amplitudes e menores latências para o reflexo vestíbulo-cervical para os dançarinos que para sujeitos não dançarinos, o que reflete que a dança proporciona maior magnitude deste reflexo.

Palavras-chave:
 Eletromiografia, Vestíbulo do Labirinto, Potenciais Evocados